Veja um roteiro completo de 5 dias pelo Jalapão

O Jalapão é bruto, mas tem uma natureza rica, linda e delicada. Você precisa conhecer

Publicado em 29/04/2020 por Tati Sisti

Partir para quilômetros e mais quilômetros rodados em uma estrada de terra é, de longe, uma das experiências mais incríveis que alguém pode ter no Tocantins. Aos apaixonados por natureza, uma boa notícia: o Jalapão é daqueles lugares que deixa qualquer um de queixo caído.

O caminho é longo, mas vale a pena. Sair de Palmas rumo ao cerrado a tudo que ele “esconde” pode ser a pedida certa para os dias de folga. Dividir o roteiro entre fervedouros, cachoeiras, uma boa comidinha caseira e o calor (literalmente) da terra não é nada mal.

Fato é que muitas fotos desse destino tomaram conta das redes sociais e fica quase impossível não ficar com aquela cosquinha nos pés e correr para lá, para ver com os próprios olhos. E uma coisa podemos garantir: ao vivo é ainda melhor!

Se você ainda não foi para o Jalapão porque imagina que terá que fazer muita trilha, caminhada e ter preparo físico, pode preparar as malas. No Jalapão quase todo o percurso para todas as atrações é feito sobre quatro rodas, de preferência um 4×4. Vale lembrar que o Jalapão virou Parque Estadual em 2001. Aqui você encontra tudo que precisa saber antes de ir para o Jalapão.

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Para fazer um roteiro redondinho e garantir “entrada” nas principais atrações, fechar um pacote com uma agência é o ideal. Fechamos com a Jalapão360 e a escolha não poderia ter sido melhor.

A Jalapão360 tem expedições de 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 dias. Nós fizemos o de 5 dias + um dia extra, quando ainda estávamos em Palmas. Lembre-se de checar a disponibilidade do tour com a agência antes de comprar sua passagem para garantir sua vaga.

Morro do Saca Trapo, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Morro do Saca Trapo, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Leia também

|Você precisa saber sobre o Jalapão

A maioria das agências organiza tudo por você. E o mesmo acontece com a Jalapão360. Assim que você escolhe sua expedição, não precisa se preocupar com mais nada. Isso porque além do roteiro, as pousadas e as refeições já estão inclusas.

Por que é tão importante ter as refeições garantidas? Tudo no Jalapão é bem simples. Seja sua refeição na pousada, na atração ou em restaurante de rua, o guia responsável pelo seu tour deixa tudo agendado. Assim evita que o estabelecimento prepare mais comida do que o necessário, evitando desperdício.

As pousadas nos surpreenderam. Estávamos preparados para quartos bem mais simples do que o que ficamos. Em Mateiros ficamos na Pousada Panela de Ferro, onde também se hospedaram os atores da Globo durante as gravações da novela “O Outro Lado do Paraíso”, e em Ponte Alta ficamos na Águas do Jalapão, bem grande e com uma comida deliciosa.

Nas duas o café da manhã também estava incluso e ofereciam pães, frios, frutas bolos, café e sucos. Opções suficientes para ninguém botar defeito.

Buriti, fruta típica do Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Buriti, fruta típica do Jalapão (Foto: Tati Sisti)

|Cenário de novela no Jalapão

Como citamos acima, Jalapão serviu como cenário da novela “O Outro Lado do Paraíso”, que fez sucesso na grade horária da Globo em 2017. Nosso guia, Romário, fez parte da equipe de apoio enquanto ela estava sendo gravada, então contou alguns detalhes para nós enquanto fazíamos nosso percorrido.

Veja algumas curiosidades sobre o Jalapão e a novela de Walcyr Carrasco (Se você não assistiu à novela, pode pular para o roteiro):

– Sim, a Dona Mercedes existe na vida real. Na verdade, a mulher que inspirou a personagem interpretada por Laura Cardoso vive em Natividade, berço histórico do Tocantins, e se chama Dona Romana.

– A descendente de quilombola Raquel, que se tornou uma juíza de sucesso e foi interpretada por Erika Januza, também existe na vida real.

– Não, a região do Jalapão não é rica em esmeraldas, como mostrava a novela.

– O bar do Seu Josafá, interpretado por Lima Duarte, foi construído na beira de uma das estradas do Jalapão e a explosão foi real.

– Os atores ficaram hospedados na mesma pousada que a gente (ou vice-versa), a Pousada Panela de Ferro.

– O elenco da novela passou 20 dias na região para gravar cenas da novela. Muitas empresas da região fizeram o apoio. Nosso guia fez até uma ponta como motorista de Sophia, a vilã interpretada por Marieta Severo (a imagem dele foi cortada, mas ele jura que gravou).

– A cena mais linda de Raquel e Bruno, interpretados por Erika Januza e Caio Paduan, foi gravada na Cachoeira da Formiga, em Mateiros.

– Os protagonistas Clara e Gael, interpretados por Bianca Bin e Sergio Guizé, gravaram inúmeras cenas da primeira fase da novela na Pedra Furada.

– A produção usou 10 quilos de capim dourado de colheitas anteriores em cena dentro do Parque Estadual do Jalapão com mais de 60 figurantes.

Dunas do Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Dunas do Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Vamos voltar ao roteiro. Está preparado? Durante nossos 4 dias percorremos cerca de mil quilômetros e, como o próprio guia Romário disse “no Jalapão existem 3 tipos de estradas: a péssima, a ruim e a horrível”. É bruto, moço. Mas é lindo!

|Dia 1

O dia começa bem cedo. Às 7h nosso guia da Jalapão 360 já estava na porta do nosso hotel em Palmas (nos hospedamos no CEU Palace Hotel) para nos buscar e nos levar rumo ao Jalapão. O nosso carro era uma Hilux com capacidade para 4 pessoas + o motorista/guia, mas fomos só nós dois do Trip To Follow e mais uma turista. Ótimo, já que as estradas são longas e ficamos com mais espaço e mais confortáveis.

Como nosso roteiro foi feito “ao contrário” do que as outras agências costumam fazer, começamos a expedição pela cidade mais distante, Mateiros, e rodamos pouco mais de 300 quilômetros, cerca de 5 horas, no primeiro dia. A empresa faz isso com foco em pegar os lugares mais vazios e fazer com que a volta seja menos cansativa e com menos quilômetros rodados. Afinal, fim de viagem é sempre a pior parte, né?

No meio do caminho, uma parada para um cafezinho, algumas paradas para ir ao banheiro e muitas surpresas como alguns tucanos e araras cruzando nosso caminho.

Serra da Catedral, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Serra da Catedral, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Serra da Catedral

A Serra da Catedral foi nossa primeira parada oficial no Jalapão. O morro, como o próprio nome já diz, tem o formato de uma catedral e é completamente feito de arenito. Há trilhas que levam ao topo, mas é preciso tempo (e guia) para fazer a caminhada. Só o visual da estrada já vale a pena.

Alguns minutos para fotos e contemplação, todos a bordo para seguirmos para a nossa segunda parada do dia.

Fervedouro Bela Vista

O Fervedouro Bela Vista é o mais novo, maior e mais disputado fervedouro da região. Mas ao mesmo tempo em que São Pedro nos mandou uma chuva daquela, também nos deu a oportunidade de ficarmos lá por mais de uma hora, com o poço inteiro para nós. O Fervedouro Bela Vista suporta até 10 pessoas ao mesmo tempo e na alta temporada recebe até 300 pessoas por dia!

Assim como os outros fervedouros, se há fila, há limite de tempo para curtir: 20 minutos. Como não tinha ninguém além da gente, ficamos por lá até a pele enrugar e o friozinho bater.. Quase uma hora! Em alta temporada, as filas são estilo “Disneylândia” e as pessoas chegam esperar cerca de 4 horas para conseguir alguns minutinhos por lá.

Fervedouro Bela Vista (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro Bela Vista (Foto: Gabriel Bester)

Ele é lindo, rodeado de bananeiras, assim como os outros, e é realmente grande e impressionante. O fervedouro tem 8 nascentes, seu centro tem 75 metros de profundidade (essa informação nos deixou chocados) e está aberto para visitação desde 2015.

Sua história chega a ser engraçada. Quando os atuais proprietários, Dona Imelda e Seu Gesimar, compraram o terreno, em 2012, não faziam ideia da “mina de ouro” que tinham lá. Foram anos limpando a área até deixar o fervedouro limpinho.

O terreno também tem 10 chalés (R$ 250 a diária do casal) e área para camping, com até 40 barracas. Quem se hospeda por lá tem acesso exclusivo ao fervedouro durante a noite.

Fervedouro Bela Vista, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro Bela Vista, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

O almoço custa R$ 35 e pode comer a vontade, mas é necessário agendar (papel do nosso guia durante nossa expedição).

Nesse dia nós também visitaríamos o fervedouro do Ceiça. Como estava chovendo, acabamos passando mais tempo no Fervedouro Bela Vista e nosso guia encaixou o Fervedouro do Ceiça para o dia seguinte.

Tarde bem aproveitada, partimos para a nossa posada, Panela de Ferro. Jantamos em um restaurante lá perto que foi previamente agendado pelo guia e voltamos para descansar.

|Dia 2

O segundo dia começaria de madrugada caso o tempo estivesse bom. A ideia era subir a Serra do Espírito Santo, mas preferimos descansar um pouco mais e abortamos a missão. De qualquer forma, a experiência deve ser incrível

Serra do Espírito Santo

A subida da Serra do Espirito Santo faz parte do roteiro, mas não está inclusa no pacote. Caso haja interesse, é necessário pagar R$ 150 para o guia da Jalapão 360.

Quando a trilha acontece, é necessário madrugar para percorrer o caminho de aproximadamente 40 minutos e assistir ao nascer do sol lá do alto. São apenas 800 metros de trilha que te levam a 200 metros de altura e, segundo Romário, o caminho não é puxado.

Após isso, todos descem, voltam para a pousada para tomar café da manhã e dar star às novas aventuras do dia.

Cachoeira da Formiga

Cachoeira da Formiga, afinal, Jalapão vai muito além de fervedouros. E essa cachoeira não pode ficar de fora do seu roteiro, já que ela é considerada uma das 5 mais bonitas do Brasil.

De cara a cor da água nos trouxe à memória a Cachoeira Santa Barbara, na Chapada dos Veadeiros. Aquele azul de doer o olho e com uma visibilidade impressionante. A cor da água fica assim por conta do fundo com areia calcária. Além disso, a nascente fica a aproximadamente 1,5 metro da queda, o que quase impossibilita que impurezas cheguem até ali.

Descendo a correnteza da água que cai da cachoeira, há um pequeno rio limitado por troncos (que não te deixam “ir embora”) e que é perfeito para banho. Algumas piscinas naturais se formaram e é uma delícia curtir algumas horinhas por ali.

A queda não é alta, mas é forte e você precisa de braço para chegar até ela. A dica é saltar do deck o mais perto que você conseguir e nadar até lá.

Cachoeira da Formiga, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Cachoeira da Formiga, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Fervedouro do Ceiça

O Fervedouro do Ceiça foi o primeiro descoberto no Jalapão. Ele é o antigo Fervedouro Dona Glorinha, mas quando seu filho Ceiça assumiu o local, ele também mudou o nome. Dessa vez, não pegamos fila, mas tivemos que sair no horário programado porque mais pessoas chegaram por lá e o local só suporta até 6 pessoas por vez.

Ele é bem menor que o Fervedouro Bela Vista, mas ainda mais charmoso. A entrada estreita e a folhagem mais fechada deixam ele ainda mais bonita (para você ter noção de como ele é “fechado”, voamos com o drone lá do estacionamento e não conseguimos encontrá-lo).

Esse fervedouro, apesar de pequeno e também é o que tem mais pressão. Pode dar seu melhor para tentar afundar, você não vai conseguir. Entre os locais, também é conhecido como “o original”. Isso o transforma em um dos mais famosos e visitados da região.

Fervedouro do Ceiça, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro do Ceiça, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro Rio do Sono

A propriedade que abriga o Fervedouro do Sono foi nosso ponto de almoço. Mais uma vez, opções com gostinho de tempero caseiro, delicioso. O almoço também custa R$ 35 (mas lembre-se, com a Jalapão360 está tudo incluso) e deve ser agendado.

Depois do almoço, partimos para o fervedouro que fica a poucos passos dali. De fato foi o único decepcionante, principalmente porque estavam construindo um deck gigante por lá. Além do desconforto da obra, o fervedouro estava um pouco sujo.

Dizem que ele é lindo, então imaginamos que com a obra finalizada ele volte a ser admirado como antigamente. Ele é muito pequeno e suporta até 5 pessoas por vez. De qualquer forma, valeu a pena pelo almoço e pelo descanso de alguns minutinhos nas redes que ficam por lá.

Fervedouro do Rio do Sono, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro do Rio do Sono, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro dos Buritis

O Fervedouro dos Buritis literalmente ganhou nossos corações. Não só pelo fato de que, olhando do alto, ele tem o formato de um coração, mas também porque é o mais bonito. A água azul, como de costume, as folhagens impecáveis e o sol, que deu o ar da graça bem quando chegamos por lá, formaram a combinação perfeita.

Mais uma vez tivemos a sorte de ter o lugar só para nós e ficamos cerca de 40 minutos relaxando.

Ele não estava no nosso roteiro original, mas preferimos ficar menos tempo no anterior e pedimos para que o guia nos levasse para conhecer algum diferente. Aposta certeira!

Fervedouro dos Buritis, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro dos Buritis, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Areias Douradas

Bem vindos às dunas do Jalapão! O caminho percorrido até elas é incrível e uma das estradas mais lindas que já vimos. Cruzamos o Morro do Saca Trapo, um dos que estávamos mais ansiosos para ver. Ele liga os municípios de Mateiros e Ponte Alta e é um dos mais imponentes da região.

Nas dunas, deixamos o carro e subimos caminhando cerca de 40 metros de uma formação de areia que fica no meio do cerrado, passando pelo leito do córrego Brejão de Areia, que tem constantemente seu curso alterado por conta da movimentação das dunas. Foi de lá que assistimos ao pôr do sol desse dia completo e lindo.

Não é permitido descer, escorregar ou pular nas dunas, medida tomada recentemente como proteção da área. Além disso, voo de drone está proibido.

As dunas são alimentadas diariamente de forma natural pela erosão das serras que ficam ao seu redor. Não é por acaso que esse é um dos cenários mais impressionantes do Jalapão.

De lá, retornamos para Mateiros, jantamos no mesmo restaurante da noite anterior e fomos descansar.

Dunas do Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Dunas do Jalapão (Foto: Tati Sisti)

|Dia 3

O dia começou cedo. Tomamos café e por volta das 7h da manhã colocamos nossas malas no carro, já que dormiríamos em outra cidade, e partimos para o roteiro do dia.

Serra do Espirito Santo

A primeira parte do dia foi completamente visual, já que cruzamos a Serra do Espirito Santo de carro pelo caminho que nos levava até Ponte Alta.

O visual é um dos mais emblemáticos da região, com a combinação de verde, areia alaranjada e muitos platôs de arenito e em formatos de pirâmides. A linha do horizonte fica distante e a área visual é muito ampla. Tentador não parar para tirar algumas fotos.

Cachoeira da Velha 

Todo o caminho que nos leva até a Cachoeira da Velha é cheio de estrada (ok, e buracos). Para chegar lá é necessário passar pela Fazenda Tri Agro, que pertencia ao famoso traficante colombiano Pablo Escobar.

O casarão cheio de quartos ainda está lá, além de um palco onde aconteciam show e a pista de pouso onde ele e sua quadrilha chegavam de avião. E foi lá, na entrada do casarão, onde fizemos nosso lanche.

Nosso guia levou tudo: pães, frios, frutas, doces e a famosa paçoca com carne de sol. Satisfeitos, voltamos para o carro e seguimos estrada até chegar na Cachoeira da Velha.

Cachoeira da Velha, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Cachoeira da Velha, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Após cruzar uma passarela, chegamos ao topo da queda, que não é muito alta, apenas 20 metros mas tem um volume de água enorme. Ela é formada pelas águas do Rio do Sono e não é possível tomar banho.

Depois, seguimos na plataforma em direção a parte debaixo da queda onde tivemos a visão de outro ângulo, não menos bonito.

Foi um dia de fortes emoções. Assim que subimos o drone, um grupo de pássaros (não conseguimos descobrir de qual espécie) nos atacou. Todos a salvo e imagens lindas.

Cachoeira da Velha, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Cachoeira da Velha, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Prainha do Rio Novo

Não muito distante da cachoeira fica a praia do Rio do Sono. Nos lembrou muito uma das praias que conhecemos em Lajeado, perto de Palmas.

Ficamos ali algum tempo para tomar banho de rio, que serve como ponto final dos aventureiros que praticam rafting por lá. Mais um lugar que estava bem vazio e pudemos desfrutar de toda a natureza para nós. Prepare-se porque os peixinhos adoram dar beliscadinhas nos pés e nas pernas.

É necessário tomar cuidado com a correnteza e não se aventurar nadando para muito distante.

Prainha do Rio Novo, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Prainha do Rio Novo, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Cânion do Sussuapara

A última parada do dia foi o Cânion do Sussuapara. Ele fica literalmente no meio do nada (mas faz parte de uma fazenda privada). Para chegar até ele, descemos uma escadaria recém-construída e nos deparamos com mais uma beleza incrível do Jalapão.

O riacho corta todo o caminho do cânion, que é estreito e tem uma formação delicada e imponente ao mesmo tempo.

O Cânion do Sussuapara é formado por paredões úmidos de cerca de 15 metros de altura, com muitas samambaias, musgo, uma pequena queda d’água e pequenas piscinas naturais. A cascata, inclusive, é famosa por “realizar desejos”. Então, aproveite a energia do lugar e foque sua mente em tudo de bom que você quer atrair! Quem vai por conta própria paga R$ 15 para entrar no cânion.

O dia terminou em Ponte Alta, na pousada Águas do Jalapão. Ela é maior que a anterior, tem piscina, bar, sala de massagem e estava bem agitada. Jantamos por lá e foi uma das melhores refeições que tivemos na expedição.

Cânion do Sussuapara, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Cânion do Sussuapara, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

|Dia 4

O último dia inclui o caminho de volta para Palmas. Mas ainda teve muita estrada e atrações antes de nos despedirmos desse paraíso.

Pedra Furada

A Pedra Furada mostra mais uma grandiosidade da natureza no Jalapão. A gigantesca formação de rocha de arenito, que foi esculpida pela ação dos ventos e das chuvas, fica no meio do cerrado e é um cartão-postal da região.

Ela é muito visitada durante o pôr do sol… Nós não tivemos pôr do sol, mas nem precisou. O visual é lindo em qualquer hora do dia (e a vantagem de não ir no pôr do sol é encontrá-la bem mais vazia. Na verdade, ela era inteirinha só nossa. Que privilégio).

Pedra Furada (Foto: Gabriel Bester)

Pedra Furada (Foto: Gabriel Bester)

Assim como o nome diz, a pedra é furada. Literalmente. E são vários os furos para você escolher o seu favorito.

Dê a volta completa e encontre um lugar para admirar mais um horizonte sem fim do Jalapão. Também há uma pequena trilha que leva para o topo da pedra, mas é necessário ir com o guia e tomar cuidado. Há muitas colmeias de abelha lá no alto.

Saindo de lá, cruzamos uma estrada linda de eucaliptos, onde vimos um veado e muitas maritacas – que ficaram um pouco curiosas com o nosso drone. E foi lá também que nosso guia parou o carro no meio do nada para procurar Tucum, um coquinho típico da região – e uma delícia!

Estradas do Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Estradas do Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Cachoeira da Pedra Furada

Apesar do nome, a Cachoeira da Pedra Furada não tem nenhuma ligação com a Pedra Furada. O nome se dá porque a pedra onde a água cai e forma uma cachoeira é “furada” e forma uma caverninha onde é possível entrar.

A estrada para chegar lá não é muito demarcada e, segundo nosso guia, poucas pessoas vão lá. Talvez seja esse o motivo dele escolher o local como seu favorito de todo o Jalapão: “lembra a infância”. Nada como conhecer um lugar com um local, né?

Entrar e sair da caverna não é uma tarefa difícil. A queda d’água é forte, mas nada que te assuste ou te empurre para o fundo do poço, fique tranquilo.

Último banho no Jalapão antes de se despedir. Energias renovadas e prontos para mais algumas horas de estrada antes de enfrentar o aeroporto.

Sempre que você fecha uma expedição com a Jalapão360 eles perguntam o horário do seu voo para que o planejamento funcione com seu horário de embarque.

Cachoeira da Pedra Furada, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Cachoeira da Pedra Furada, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

|Dia 5 – dia extra no Jalapão

O “dia 5”, na verdade, fizemos durante nosso roteiro por Palmas e região, o que prova que mesmo que você não tenha muito tempo, pode ter o gostinho do Jalapão. E o destino escolhido foi a Lagoa do Japonês, que também fomos com a Jalapão360.

Essa atração já está inclusa se você fecha uma expedição de 5 dias, mas também é vendida a parte para fazer outro dia, como fizemos. O valor é de R$ 950 por pessoa, com transporte Palmas – Lagoa do Japonês – Palmas e almoço.

Lagoa do Japonês

Nosso dia começou cedo. Acordamos às 4 da manhã é por volta das 4h45 o nosso guia da Jalapão 360 já estava na porta do nosso hotel, a postos com seu 4×4 e pronto para nossa aventura do dia.

Dependendo do caminho que você faz, pode levar de 4 até 6 horas para chegar na Lagoa do Japonês, que fica no município de Pindorama, quase 250 km de Palmas. Por isso ir com uma empresa deixa o passeio muito menos cansativo, já que eles conhecem o melhor caminho e, claro, você não precisa se preocupar com a estrada. Por falar em estrada, há pontos onde ela é bastante ruim, de terra e é preciso habilidade no volante!

Lagoa do Japonês, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Lagoa do Japonês, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

No meio do caminho, algumas paradas estratégicas para ir ao banheiro e tomar um cafezinho e antes das 9h da manhã já estávamos lá, com a lagoa inteira só para nós. Ela é muito maior do que eu imaginava.

A lagoa foi batizada com esse nome porque o dono da propriedade era um japonês. A cor da água é impressionante, um verde que chega a doer os olhos quando chega o sol do meio-dia. Ela é cheia de troncos e plataformas de pedras no fundo, mas que ficam visíveis mesmo se você está fora d’água, devido à transparência dela.

Por ser cheia de “surpresas”, é recomendável que você use uma sapatilha aquática. Se você não tiver uma, não se preocupe, é possível alugar ali mesmo por R$ 10. Nem preciso dizer que essa combinação rende fotos incríveis, né?

Depois de mergulhar dali, visite a caverna e prepare-se pra ser ainda mais surpreendido. Ela fica ao lado direito da lagoa e é possível acessar nadando (não muito longe) ou por uma pequena trilha entre as pedras (sim, daquelas que só passa uma pessoa de cada vez). Nós obviamente fomos pela trilha e voltamos nadando para ter as duas experiências.

Lagoa do Japonês, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

Lagoa do Japonês, no Jalapão (Foto: Tati Sisti)

A caverna é cheia de passagens, mas é recomendável um guia para caminha por lá. Se você estiver sozinho, curta o visual, a ponte construída logo na saída dela e, claro, toda a beleza natural que a cerca. Nós vimos até tartaruga!

O almoço também foi por lá e já estava incluso no pacote: carne de panela, galinha caipira, farofa de carne de sol, arroz e salada. Como essa era nossa única atração do dia e voltaríamos para Palmas, ficamos cerca de 7 horas por lá.

Veja mais fotos do Jalapão na galeria abaixo:

Lagoa do Japonês, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Fervedouro do Ceiça, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Dunas do Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Cachoeira da Formiga, no Jalapão (Foto: Gabriel Bester)

Cachoeira da Formiga, no Jalapão (Foto: Trip To Follow)

Opções de destinos e roteiros no Tocantins não faltam. No Mochileiros.com você encontra várias dicas do que fazer por lá!

* O Trip To Follow conheceu o Jalapão com o apoio da Jalapão 360

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