Ir para Fernando de Noronha e não mergulhar é o mesmo que ir para Roma e não visitar o Coliseu. Por isso, se você está com passagem comprada para o paraíso, reserve um tempo na programação e já agende seu passeio. Garantimos que você não vai se arrepender. Afinal, você estará em um Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco e na casa da mais bela praia do mundo, segundo o Trip Advisor.
Fernando de Noronha tem mais de 24 pontos de mergulho com visibilidade o ano inteiro, sendo setembro e outubro os meses de mar mais calmo. Nós mergulhamos em junho e foi surpreendente.
No arquipélago é possível fazer o mergulho de batismo, que é para iniciantes e que desce a uma profundidade de 12 metros, ou o para credenciados, que são aqueles que fizeram curso e podem mergulhar em locais que chegam a 42 metros de profundidade (no Cabeço das Cordas, extremidade norte da ilha).

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
Águas Claras Noronha
Site: www.aguasclaras-fn.com.br
Facebook: Águas Claras Noronha
Instagram: @aguasclarasnoronha
Telefone: (81) 3619-1225
E-mail: info@aguasclaras-fn.com.br
Preço: R$ 540 (1 mergulho de batismo)
Nós fizemos o batismo, para quem não tem curso e certificado, com a Águas Claras Noronha, a empresa mais recomendada do arquipélago. É importantíssimo que na hora de você fechar seu mergulho, você leve em consideração a empresa e não o preço do passeio. Vale lembrar que mergulho é coisa séria e é preciso todo cuidado e atenção para que tudo dê certo.
Esse é um mergulho bem tranquilo em que você não precisa se preocupar com nada e nem ter mergulhado alguma outra vez. O que nos fez confiar de olhos fechados na Águas Claras Noronha foi que durante o mergulho cada pessoa vai acompanhada por um instrutor certificado. Ou seja, para aproveitar o passeio é só respirar (pela boca) e deixar que seu instrutor se encarrega de todo o resto.

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
| O mergulho
Às 7h30 um transfer da Águas Claras Noronha nos buscou no hotel e nos levou para a Praia do Porto, onde um barco esperava por todos os turistas naquela manhã. Nem a leve chuva atrapalhou nossa empolgação para mergulhar no lugar considerado um dos melhores do Brasil.
Logo que partimos, fomos acompanhados por alguns golfinhos que cercavam nosso barco. Durante o percurso para chegar no ponto do mergulho, os instrutores nos passaram todas as coordenadas básicas, entre elas como vestir o equipamento, além de gestos para comunicação no fundo do mar e, o principal, como tirar água da máscara e como equalizar a pressão do ouvido. Acredite ou não, na teoria tudo pode parecer muito mais complicado do que realmente é na prática.
Nesse mesmo momentos, os profissionais de foto e vídeo também apresentam seus serviços e preços para aqueles que querem ter registros especiais do mergulho. Eles não são da empresa Águas Claras Noronha, mas são super recomendados devido a parceria de longa data. Como tudo em Noronha, esse serviço custa caro (vídeo R$ 250 e uma foto por R$ 45). Os valores são negociáveis se você estiver em um grupo de amigos ou se você quiser comprar mais de uma foto.

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
Mas nada impede de você tirar as suas próprias fotos. Isso mesmo, você pode levar sua câmera e fazer quantas fotos e vídeos quiser. Claro, talvez você perca a chance de ter aquele clique do ângulo perfeito, mas é legal ter os registros de um passeio tão especial. Porém, não fique focado em tirar foto. Relaxe e curta o momento. Ele é especial e passa muito rápido!
Logo que partimos, fomos acompanhados por alguns golfinhos que cercavam nosso barco. Após aproximadamente 20 minutos navegando, atracamos na nossa primeira parada: Ressurreta, canal entre as ilhas Rata e do Meio. O local de mergulho pode variar de acordo com as condições do mar, mas eles sempre acontecem no Mar de Dentro – setor da ilha virado para o continente -, em uma enseada abrigada, com pouca incidência de ondas. Os mergulhadores credenciados também têm a opção de mergulhar no Mar de Fora.

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
Ao chegar no local, cada instrutor se dirige ao seu acompanhante e o prepara para o mergulho. Neoprene, pé de pato, colete, pesos para você afundar, máscara e, por fim, o cilindro. Para essa última etapa tivemos que sentar na beirinha do barco, colocar o cilindro como uma mochila nas costas, deixar que o instrutor afivele tudo e partir para a água. Não se preocupe porque nesse primeiro momento você não vai afundar, já que o colete estará inflado.
Todos os instrutores/mergulhadores foram super atenciosos e nos mostraram como proceder em cada etapa. Como o batismo é praticado por muita gente que nunca mergulhou, eles estão acostumados e com certeza passarão toda a segurança necessária.

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
Quando caímos na água, o instrutor dá as últimas dicas (de como respirar e até se locomover). Quando já estávamos adaptados à água, começamos afundar pouco a pouco para que nosso corpo se acostumasse com a pressão debaixo d’água. E, como já falamos, o instrutor controla seu equipamento durante todo o mergulho.
Quem espera ver corais coloridos talvez se decepcione um pouco. Apesar do arquipélago ter 15 espécies de corais, lembre-se que Fernando de Noronha é composta por ilhas e rochedos de origem vulcânica. Com isso, os corais são mais escuros com tons levemente dourados. Apesar disso, a vida marinha é linda e abriga mais de 230 espécies de peixes.
A água tem temperatura média de 27ºC e a visibilidade debaixo d’água pode chegar a 50 metros de distância. O clima do lado de fora não estava dos melhores. O céu estava cinza, tinha bastante vento, uma garoa, mas no fundo do mar tudo parecia tranquilo, calmo, limpo e azul… Muito azul! Se Noronha já é linda fora da água, imagina dentro!

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
Descemos cerca de 8 metros e a sensação era de uma paz imensa. O barulho do fundo do mar serve como calmante e, se alguém tinha medo de mergulhar, ele com certeza ficou lá na superfície. Estar dentro do azul imenso é inexplicável. Você passa a sentir que faz parte daquele ecossistema e pensa apenas em aproveitar o momento para criar memórias inesquecíveis.
O passeio depende 100% da “boa vontade” da natureza, então cada mergulhador pode ver uma coisa diferente. Dessa vez, vimos várias espécies de peixes de todos os tamanhos e cores, tartaruga, barracudas, raia e uma gruta submersa. Não vimos tubarões, o que costuma ser comum na ilha, mas seria injusto dizer que o passeio não valeu a pena.
Foram os 30 minutos mais rápidos de nossas vidas. Piscamos e já estávamos subindo lentamente para a superfície. Para o mergulho, os turistas foram divididos em duas equipes, então depois que subimos, tivemos que esperar a outra parte mergulhar com os mesmos instrutores.
Nessa hora você pode ficar no barco ou no mar, curtindo com snorkel e quem sabe encontrar mais alguns animais marinhos.
| Segundo mergulho
Um grande diferencial da Águas Claras é que eles oferecem dois mergulhos em uma só saída. Quando fomos até a sede da empresa passar nossos últimos dados, eles deram a opção de mergulharmos novamente, no mesmo dia e em um local diferente, por R$ 50 a mais.
Pelo passeio ter um preço alto, você pode até titubear no começo, mas pague e faça o segundo mergulho. Como o gerente do local nos disse: você vai estar mais relaxado, mais despreocupado e, se acontecer como aconteceu com a gente, a natureza vai ser muito mais generosa. Dito e feito!

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
Mesmo aqueles que não quiseram fazer o mergulho, continuam no passeio (no barco). Nós, claro, já estávamos ansiosos para o repeteco. Mais 20 minutos de navegação e atracamos no canal da Ilha Rata – a segunda maior ilha do arquipélago – que se interliga com as Ilhas Secundárias. Normalmente, mergulhadores credenciados descem nesse local.
Lá fomos nós. Dessa vez descemos 12 metros de profundidade e não tinham passado nem 5 minutos de mergulho quando o instrutor nos direcionou para uma caverna. Já estávamos bem satisfeitos com a quantidade de peixes por lá, até que nos demos conta que o tubarão, que tanto sonhávamos em ver, estava lá, paradinho, numa boa. Era um tubarão lixa relativamente grande.
Ficamos tão eufóricos que literalmente esquecemos de mirar a GoPro para ele e perdemos a foto. Foi aí que a natureza deu mais uma forcinha para a “realização desse sonho” e, não muito tempo depois, mais um tubarão. Esse estava em movimento e passou nadando bem pertinho da gente. Não dava para acreditar, foi muito emocionante.
Além de mais e mais peixes coloridos e de todos os tamanhos, tivemos o prazer de trombar com uma tartaruga que deu um show particular em frente nossas câmeras.
Ficaríamos horas ali, só esperando a próxima surpresa, mas mais uma vez os 30 minutos pareceram ter passado em 30 segundos. Hora de voltar para a superfície. Depois da segunda vez, podemos dizer que não tinha como o mergulho ter sido melhor.

Mergulho em Fernando de Noronha (Foto: Tati Sisti)
| Recomendações
– Procure uma empresa de confiança para mergulhar (sim, desconfie de quem cobra valores muito baixos)
– Você não precisa saber nadar para mergulhar
– Você não precisa ser mergulhador credenciado para mergulhar em Noronha
– Mergulho não é indicado para quem tem claustrofobia
– É recomendado mergulhar com no mínimo 24h depois e antes do voo de avião por conta da pressão atmosférica e da altitude
– Não como nada pesado antes de mergulhar
– Leve uma toalha para se secar depois do mergulho (ainda no barco)
Um comentário para “Tudo sobre mergulho de cilindro em Fernando de Noronha”